
Em 2015, o Brasil importou US$ 1,6 bilhão em software e serviços de TI (Tabela 1).
Duas categorias da Nomenclatura Brasileira de Serviços e Intangíveis (NBS) dominam a pauta de importação de software e serviços de TI do país: ‘serviços de consultoria, de segurança e de suporte em TI` (US$ 457,0 milhões) e ‘serviços de projeto e desenvolvimento de aplicativos e programas em TI` (US$ 384,6 milhões), incluindo, neste caso, software personalizado e não personalizado e serviços de integração. A pauta de entrada (importações brasileiras) favorece os serviços de manutenção e suporte, subcategoria do item serviços de consultoria, segurança e de suporte em TI, envolvendo, possivelmente, gastos recorrentes relacionados com a aquisição prévia de aplicativos estrangeiros por residentes no Brasil (US$ 275,2 milhões).
Vale destacar, também, a participação relevante dos ‘serviços de manutenção de aplicativos e programas` e dos ‘serviços de infraestrutura para hospedagem em TI` nas importações do país (US$ 279,8 milhões e US$ 161,6 milhões, respectivamente).
Tabela 1 – Importações de software e serviços de TI – Brasil, 2015

Principais países vendedores de software e serviços de TI para o Brasil
Parcela relevante dos países que participa da relação dos principais vendedores de software e serviços de TI para o Brasil também integra a lista dos principais compradores destes serviços do Brasil. Uma das diferenças fundamentais entre as relações tem a ver com a maior quantidade de países europeus entre os vendedores. Dos países latino-americanos, apenas México permanece na lista dos vendedores. Índia, Chile e Colômbia, compradores relevantes dos serviços brasileiros, são substituídos por Espanha, França e Suíça. Ou seja, as aquisições brasileiras de software e serviços de TI estão mais concentradas nos países desenvolvidos que as vendas brasileiras de software e serviços de TI.
Em 2015, o valor obtido pelos dez principais países vendedores de software e serviços de TI para Brasil foi da ordem de US$ 1,4 bilhão, respondendo por 83,9% do total importado pelo país no ano mencionado. Com 47,7% do total importado pelo Brasil (US$ 783,7 milhões), os Estados Unidos aparecem como o principal vendedor. Os valores envolvidos nas transações com os demais nove principais países de origem das importações brasileiras, em 2015, variaram entre US$ 119,3 milhões (Alemanha) e US$ 33,6 milhões (Suíça) (Tabela 2).
Tabela 2 – Receita gasta com a aquisição de software e serviços de TI pelo Brasil, considerando os dez principais países de origem – 2015

Na Tabela 3, relacionam-se os principais itens da pauta de importação brasileira de software e serviços de TI, considerando os dez países que mais venderam estes serviços para o Brasil, em 2015.
A pauta brasileira de importações de software e serviços de TI é diversificada. Suporte em TI respondeu por 17,5% do total das vendas do grupo top em 2015, serviços de manutenção de aplicativos e programas por 17,4%, projeto e desenvolvimento de software personalizado por 11,2%, consultoria em TI por 9,5%, outros serviços de infraestrutura de hospedagem em TI por 9,4% e serviços auxiliares de processamento de dados por 9,1%.
Na pauta de importações, ressalta-se a maior relevância das atividades de suporte em TI e manutenção de aplicativos e programas em relação às atividades de projeto e desenvolvimento de software, uma indicação aparente que o país vem importando serviços de segunda onda, ou seja, serviços que são resultados recorrentes de vendas prévias de soluções envolvendo software.
Na maioria dos casos, suporte em TI e manutenção de aplicativos e programas encontram-se na relação dos itens principais. França, Reino Unido e Holanda são exceções. Estes países, especialmente Holanda, destacaram-se como vendedores de software e de serviços de consultoria em TI. Pelo volume negociado e pela pauta diversificada, os Estados Unidos são um caso em separado. Destacaram-se, no ano em questão, como importantes vendedores para o país de serviços de infraestrutura de hospedagem em TI e de serviços auxiliares de processamento de dados, além dos serviços de suporte em TI e manutenção de aplicativos e programas.
Tabela 3 – Distribuição dos gastos brasileiros com a aquisição de software e serviços de TI, considerando os principais itens adquiridos dos dez principais países vendedores para o Brasil – 2015

Outros países vendedores de software e serviços de TI para o Brasil
Um segundo grupo composto por 24 países dos quais o Brasil adquiriu serviços de software e serviços de TI em 2015 foi responsável por 12,6% do total das importações no ano em questão (US$ 206,8 milhões). Os valores das transações foram baixos e variaram de US$ 27,8 milhões (Itália) a US$ 331,1 mil (Panamá). O grupo é formado, sobretudo, por países europeus, que também responderam pela maior fatia da receita angariada (Tabela 4).
Tabela 4 – Receita gasta com importações de software e serviços de TI pelo Brasil, considerando países posicionados do 11º ao 34º lugar, considerando o valor em vendas – 2015

Nesse segundo grupo, embora também tenham sido importantes os serviços de suporte em TI e manutenção de aplicativos, eles não foram os principais destaques, ao contrário do que foi observado no conjunto constituído pelos dez principais países vendedores. Em 2015, na pauta de importações desse grupo de países para o Brasil, predominaram os serviços de software personalizado (19,8% do total da receita do grupo), com a manutenção de aplicativos e programas de TI vindo em segundo lugar (15,9% da receita) e outros serviços de TI ocupando a terceira posição (15,4%).
Há diferenças na composição das pautas de importação do grupo. Os países europeus destacaram-se como vendedores para o Brasil de software personalizado. Os países da América Latina sobressaíram-se com vendas de serviços de manutenção de aplicativos e outros serviços em TI. Os asiáticos, com serviços de consultoria e suporte em TI (Tabela 5).
Tabela 5 – Distribuição dos gastos com importações brasileiras de software e serviços de TI, considerando localização dos países vendedores posicionados do 11º ao 34º lugar no valor em vendas – 2015

Notas metodológicas
São apresentados dados dos dois módulos do SISCOSERV: Venda e Aquisição. Os dados extraídos do módulo Venda correspondem às vendas feitas por residentes ou domiciliados no Brasil a residentes ou domiciliados no exterior, ou seja, às exportações. De forma análoga, os dados extraídos do módulo Aquisição correspondem às aquisições feitas por residentes ou domiciliados no Brasil de residentes ou domiciliados no exterior, ou seja, às importações.
Para que o sigilo fiscal e comercial dos declarantes seja preservado os dados são divulgados apenas quando os resultados incluem mais de três residentes ou domiciliados no Brasil.
Glossário
BCB – Banco Central do Brasil
MDIC – Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio
NBS – Nomenclatura Brasileira de Serviços e Intangíveis
SCS – Secretaria de Comércio de Serviços
Siscoserv – Sistema de Comércio de Serviços