
Qual a importância de descobrir o que importa ao candidato? Este é um assunto normalmente negligenciado pela área de Recursos Humanos das empresas, que se preocupa pelos aspectos psicológicos, comportamentais, de titulação, escola, experiência e conhecimento técnico. Mesmo com tantas preocupações e sistemas que avaliam cada cantinho do cérebro do candidato, vemos que se deixa de lado o que mais interessa ao avaliado, o coração dele, o que o faz feliz!
Já escrevi em outro artigo sobre o Pecado Original das Empresas, que é justamente isso: olhar o seu lado e não o lado daquele que será uma peça da engrenagem empresarial que, se não funciona bem, fará com que outras partes da máquina não funcionem. De que serve contratar a pessoa ideal se ela não funcionará como se espera? Talvez alguns aspectos não sejam tão importantes para que todo o potencial do novo funcionário se expresse satisfatoriamente na empresa. Talvez, considerando aspectos que interessam ao profissional, possa se conseguir o melhor dele, mesmo ele não sendo o melhor para a empresa. Talvez não se consiga obter o melhor de quem for o melhor para a empresa.
O que importa ao candidato faz toda a diferença no sucesso da contratação. Evita perder profissionais excelentes para a concorrência e evita também que profissionais excelentes se tornem medíocres ao exercer as funções para as quais foi contratado.
O profissional continua a ser tratado como “algo” que deverá ser produtivo por reunir uma série de qualidades avaliadas prolixamente por profissionais de RH, cada vez mais engajados em desenvolver modelos complexos, com uma série de testes de personalidades e provas de lógica, língua, conhecimentos, etc., encarecendo enormemente o processo de seleção, cansando candidatos e não obtendo resultado nem para a empresa nem para os profissionais.
Com a visão de testes desenfreados e verdadeiros “vestibulares” exigidos dos candidatos, somente chegará ao final alguém cansado, infeliz e que poderá até, na etapa final anunciada como um sucesso dele, dizer NÃO! Não quero entrar numa empresa onde esperam tudo isso de mim. Ou sim, mas por pouco tempo. Vou começar a buscar oportunidades em outra empresa que me valorize mais!
Interessa, sim, conhecer o que o candidato quer, o que ele mais valoriza, o que o faz feliz.
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